JS SÁTÃO
Todos que acreditam em liberdade tão profundamente quanto nós o fazemos, preferiria morrer a viver de joelhos.
Franklin Roosevelt
Franklin Roosevelt
sexta-feira, 27 de julho de 2012
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Manifesto: Solução Interior
Manifesto: Solução Interior
Há um
crescente número de cidadãos do interior do país que começa a deixar de se
sentir parte integrante da República que consta dos seus documentos. O Estado
está a votar uma enorme parte de Portugal ao abandono. A coesão territorial (e
social, consequentemente) está à beira do colapso.
Este Governo tem uma solução para os problemas
do interior – acabar com o interior. Tal estratégia é bem clara para as
populações que sentem, diariamente, o despudor com que lhe são retiradas
escolas, centros de saúde, maternidades, correios, finanças, juntas de
freguesia, tribunais (há concelhos que não são suficientemente criminosos para
merecerem ter um tribunal junto das suas pessoas!!!), etc.. Os caminhos-de-ferro
são desativados, as autoestradas portajadas a preços insultuosos, a água
paga-se mais cara. Os investimentos feitos ao longo das últimas décadas são
agora, de uma vez e irrefletidamente, desaproveitados por via do esvaziamento
de pessoas.
Cada vez é
mais evidente que o Estado nos berra aos ouvidos para abandonarmos estas
terras, estas terras que durante tantos séculos deram o peito para que Lisboa
fosse capital de alguma coisa, que durante tantos outros alimentaram as
metrópoles com mantimentos, braços e cérebros que ajudaram Portugal a ser
Portugal. Para o Governo esta terra já não interessa, abandonem-na aqueles que
puderem. Quem ordena o território nacional é a “mágica” e “infalível” mão
invisível!
E no meio
deste vórtice, eis que nos apercebemos de um estrondoso paradoxo. No interior
há mais qualidade de vida. Dados recentes mostram que no interior se vive com
mais segurança, qualidade ambiental, tempo, espaço, laços comunitários de
solidariedade, tudo sem descurar a centralidade que as TIC vieram oferecer a
territórios outrora isolados (o mundo é uma aldeia global). É ilógico mas é
verdade: o Governo está a esvaziar o território que dá mais qualidade de vida aos
portugueses e a empurrá-los para territórios onde se vive com menos qualidade,
precisamente por causa da pressão demográfica insustentável que os mesmos têm
suportado nas últimas décadas – os gigantescos subúrbios das metrópoles.
Deste modo,
as Federações Distritais da Juventude Socialista envolvidas no projeto
Interiormente (www.interiormente.org) repudiam frontalmente esta miopia
territorial evidenciada por um executivo que segue apenas os dogmas
ultraliberais. Num contexto civilizacional em que a economia de casino nos
parece ter levado até à beira do precipício social e ambiental, o interior é
bem capaz de não ser um problema do país, mas a sua solução.
Nota: Apenas uma minoria dos portugueses vive no interior. As suas
aldeias estão desertificadas, as vilas têm pouca gente e as cidades são de pequena
dimensão. No entanto, de norte a sul, ainda há mais de 2 milhões de portugueses
que vive em regiões desta natureza. São mais de 2 milhões de vidas, mais de 2
milhões de cabeças e vontades. Separados somos insignificantes minorias, juntos
temos o mesmo peso que uma área metropolitana do país. Poderia o Estado
desprezar a Grande Lisboa? Poderia desprezar o Grande Porto? Um Portugal oco
não sobreviverá.
. Federação Distrital da JS Guarda
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