A maior parte dos portugueses já percebeu que o país
está a saque.
Vendemos o que temos de melhor e ficamos com o chamado
“lixo tóxico”. Mas o que os portugueses ainda não perceberam foi que o interior
do país está em liquidação total.
Alguma vez se perguntaram a importância da
representação do Governo junto das populações? Algum dia pensaram o que é não
ter finanças no concelho? Não ter Tribunal? Não ter centro de Saúde? Poderia
continuar com esta lista de serviços que são como pão para a boca para a maior
parte da população, e mais que tudo, são um direito que assiste a todos nós.
Os últimos governos não conhecem a realidade do país…
O país real não é aquele que é traçado no Terreiro do Paço a régua e esquadro.
Será que os nossos governantes alguma vez viveram uma
vida comum? Algum dia olharam para os problemas com olhos de ver?
Entendo e respeito que os serviços têm de ser
otimizados, que num país pobre como o nosso os recursos têm que ser bem distribuídos,
mas não entendo e não aceito este fechar de serviços a olho e sem fundamento…
Fiz uma pequena pesquisa no Google de declarações
feitas pelos nossos políticos sobre o interior, e fiquei espantado… Juro,
fiquei de boca aberta, com as declarações, políticos que defendiam na oposição
que não existem médicos, faltam forças de segurança, que as redes de
comunicação são frágeis, que as estruturas de ensino estão votadas ao abandono…
Num virar de cadeiras, dizem que está tudo bem, que está tudo controlado e que
o investimento deve ser feito onde existem as pessoas para o usufruir.
Agora pergunto, como querem fixar pessoas nos seus
locais de nascimento, se pura e simplesmente acabam com todos os serviços
públicos e matam todas as tentativas de renascimento do interior.
Não tolero que estes falsos políticos matem a minha
terra, matem 80 % do país. Não aceito que o país tenha duas justiças, tenha
dois sistemas de saúde, tenha dois ritmos de crescimento.
Acredito que mais cedo ou mais tarde os carrascos
serão julgados, desde a esquerda à direita, porque se existem culpados esta é a
hora de ajustar as contas, esta é a hora de meter o dedo na ferida, esta é a
hora de acreditar que o interior é mais.
Nada como o Interior para proporcionar
aos jovens oportunidades para eles desenvolverem os seus projetos de vida.
Penso que é aqui que se devem focar as estratégias de desenvolvimento e onde
pode residir o sucesso de todo um país.
O coordenador da JS
Sátão
Ricardo Santos